O conceito de que “conhecimento é poder” é amplamente aceito na era digital. No entanto, uma visão oposta propõe que “conhecimento é sinônimo de escuridão”, questionando as perspectivas tradicionais sobre o conhecimento. Essa ideia incentiva a contemplação da complexa interação entre ignorância, iluminação e conhecimento.
O conhecimento compreende dados, insights e competências de experiências de aprendizagem e vividas. Promove a compreensão, ilumina o intelecto e possibilita indivíduos e comunidades. No entanto, argumentos filosóficos e pragmáticos validam a comparação do conhecimento com a escuridão.
Nesta era de sobrecarga de informações, as pessoas muitas vezes confundem o conteúdo que consomem de várias fontes com conhecimento real. Envolvendo-se em debates e discussões, eles mostram sua ampla compreensão de diversos assuntos. No entanto, os sábios antigos alertaram que o conhecimento poderia promover atrito e conflito.
Durante a criação de profundas filosofias védicas nos tempos antigos, os indivíduos sábios daquela época alertaram que os não aprendidos poderiam ser desviados por sua sede de conhecimento. Eles acreditavam que, embora a ignorância mantivesse os indivíduos no escuro, a iluminação através do conhecimento poderia piorar as coisas. Consequentemente, o conhecimento tradicional limita nossa compreensão e crescimento espiritual, fixando-nos em aspectos superficiais.
O princípio central dessa sabedoria atemporal é que a busca do conhecimento impulsionada por motivos egoístas pode enganar os indivíduos. Tem o potencial de gerar insegurança e nos envolver em assuntos mundanos, nos desviando das verdades espirituais que nos iludem. Os sábios proclamaram que para alcançar a verdadeira sabedoria; é preciso transcender as limitações da mente e subir a um estado elevado de consciência.
A primeira afirmação pode ser um pouco compreensível, mas a segunda parece bastante desconcertante. Como o conhecimento pode levar alguém a uma escuridão maior? Isso é particularmente desafiador de entender hoje, onde as crianças são frequentemente informadas por seus mais velhos e professores que “Conhecimento é Poder!”
No entanto, um exame mais profundo revela que essa perspectiva faz muito sentido. Sábios antigos complementam. “Vidya” e “Avidya”, traduzindo vagamente em conhecimento e ignorância. De acordo com sua sabedoria, tanto o conhecimento mundano quanto a ignorância impedem o crescimento espiritual.
Se você é ignorante, não há crescimento espiritual. Se você possui amplo conhecimento, pode estar inclinado a demonstrá-lo aos outros, impedindo seu desenvolvimento espiritual à medida que sua ênfase muda para acumular e exibir conhecimento. Frequentemente, o meu objetivo é mostrar compreensão, ganhando sabedoria mundana, mas essa sabedoria é limitada. O mundo material está em constante mudança, evoluindo continuamente, descartando e acumulando.
O que era verdade ontem pode não ser verdade hoje. O que você mantém como verdade hoje pode não ser válido amanhã. A verdade é fluida e em constante mudança. Então, naturalmente, isso leva você à escuridão. Nunca podemos ter certeza da verdade eterna, que sempre permanecerá verdadeira. Em essência, você sempre fica incerto e no escuro. Isso é o que eles queriam dizer quando disseram que você fica no escuro, independentemente de ser ignorante ou experiente. É como mais e menos, positivo e negativo, bom e ruim, quente e frio. Assim como não entendemos a felicidade sem conhecer a tristeza, da mesma forma, o conhecimento e a ignorância são dois lados da mesma moeda.
Ao contrário de ter um conhecimento profundo de apenas um fator do mundo, o espírito incorpora a compreensão metafísica, enquanto o corpo e a mente mantêm insights mundanos. A mente raramente está em paz, constantemente zumbindo com conversas e crenças em mudança.
Desacordos, argumentos e debates estão sempre presentes e dispostos a argumentos e diferenças de opinião. Você pode apostar que sua mente desenvolverá um contra argumento se houver um argumento. O ciclo nunca termina. De acordo com eles, quando todo o conhecimento mundano termina, a verdade e a realidade última permanecem.
A mente tagarela é o observador observando o observado. Todos os três segregam, mas quando a mente se torna imóvel, o observador e o observado se tornam um, não há mudanças. Não há separação. O que resta é apenas observação, o buscador que busca o resultado percebe que não há nada a buscar. Você é tudo, e o universo existe por sua causa. Tudo o que você percebe e concebe já existe.
É assim que o assunto do espiritualismo se relaciona com o tema do conhecimento. Afirma que até e a menos que você conheça seu verdadeiro eu, não pode haver autodespertar, auto iluminação ou auto realização. Em última análise, você percebe que não há nada para iluminar ou experimentar porque você já está iluminado e possui um potencial ilimitado em seu cérebro.
O potencial está adormecido, tudo o que precisa é despertar. A fonte de inteligência sai espontaneamente e intuitivamente e, por sua vez, sai quando a mente está imóvel. É por isso que a quietude é essencial nas questões de espiritualismo. Quietude significa que a mente está focada e centrada, não vacilando ou em constante conversa. A quieticência permite que a mente entre em um estado de consciência meditativa. Você está focado inteiramente no momento presente. É quando sua inteligência interior desperta. Sai para descobrir tudo o que existe. O conhecimento mundano multitarefa, dificultando esse processo, que é a escuridão restante porque não o levará ao seu destino. Permanecerá incompleto.
“O conhecimento é igual à escuridão” é um poderoso lembrete das complexidades e contradições dentro da compreensão humana. O conhecimento pode capacitar e iluminar, mas também pode desfocar e sobrecarregar. Adotando uma abordagem equilibrada, navegamos pela interação entre a luz e a escuridão, promovendo uma compreensão mais profunda e sutil do nosso ambiente e de nós mesmos. Em última análise, a verdadeira iluminação está na sabedoria de usar nosso conhecimento com humildade, responsabilidade e compaixão, em vez de apenas acumular informações.
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